segunda-feira, 26 de julho de 2010

Jogando contra

foto site as.com
Em que pese o primeiro lance ter sido uma bela jogada do presidente Ricardo Teixeira, encenado com bom drible em cima da imprensa esportiva, não há dúvida que no seguimento da jogada a recusa do técnico Muricy Ramalho de assumir o cargo de técnico da Seleção Brasileira, acabou se constituindo num gol contra do dirigente máximo do nosso futebol.

O presidente da CBF bem que poderia dormir sem levar no currículo essa derrota. Pegou mal, muito mal. Antes de ter qualquer conversa com o Muricy Ramalho, tinha por questões éticas e também por obrigação ter um encontro com a diretoria do Fluminense, saber o que pensava de um convite ao nosso treinador. Reagimos e reagimos como teríamos que fazê-lo, principalmente por respeito a centenária instituição repleta de glórias, além de sermos um filiado temos que ser respeitado. Muricy tem um contrato em vigor com o Flusão, o que, para princípio de conversa, deveria ter sido considerado, pela CBF, antes de qualquer outra iniciativa..

Por favor, não me venham agora com a história que o Muricy só não aceitou o convite em razão da sua determinação de continuar à frente do Fluminense. Aceitar ele aceitou. Isso aconteceu pela manhã. Somente à tarde, quando a diretoria do Fluminense se reuniu e negou cedê-lo para a Seleção Brasileira, é que o técnico, em respeito à decisão do clube que vem de contratá-lo e que lhe paga um substancial salário, deu o dito pelo não dito e recusou a proposta em definitivo.

Claro que se o presidente da CBF estivesse determinado a ter o seu concurso, teria insistido, anunciando o pagamento da multa contratual e o levaria. de malas e cuias. Porém, Ricardo Teixeira tinha mais duas ou três cartas na manga. Quando fez a proposta, já sabia que o affaire poderia acontecer. Conhece bem o presidente Horcades, com o qual, por sinal, teve recente problema por ocasião da eleição no Clube dos Treze. E ao invés de bater de frente com o Flusão e sujeitar-se ao pagamento de multa rescisória, imediatamente tirou da manga do paletó sua segunda carta e anunciou Mano Menezes. O resto é conversa de João sem braço. Não há técnico em nosso país que não queira assumir a seleção brasileira. Nem o Felipão, que só não foi cogitado porque falou o que não devia além do que como seria possível conviver com o Romário (embaixador da seleção)? O que o Felipão queria era carta branca. Só isso. Tudo o mais que se especular por aí é pura fantasia. Felipão queria, o Muricy queria, o Mano Meneses desejava, o Luxemburgo estava na espreita, o Leonardo buscava e até o Joel Santana mantinha o sonho de ser o escolhido.

Quanto ao Mano Menezes, assim como o Muricy, é também um bom técnico. Está no mesmo patamar, no mesmo nível técnico. Mano Menezes que teve para ser o nosso técnico, mais os assessores do presidente David Fichel, na época, diziam que trazer um desconhecido é melhor colocar o Gama e deu no que deu! O Muricy e o Felipão são apenas mais “rodados”, possuem um currículo mais apurado. Nada mais que isso. O que também seria caso se a indicação recaísse sobre o Wanderley Luxemburgo. O fato é que se não acontecer essa renovação no futebol brasileiro e se não aparecerem craques com “C” maiúsculo, técnico algum será capaz de fazer um bom trabalho. Foi tempo que o Brasil, formava até duas seleções de alto nível. Atualmente, convenhamos que no berço esplêndido do futebol não anda tão esplêndido assim. Estamos iguais a qualquer outro país, com os mesmos problemas para formar uma seleção imbatível.

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